A voz da enxaqueca: o que diz quem sofre com a doença.
Quem pensa que enxaqueca é “apenas” dor, se engana. No consultório ouvimos diariamente os relatos de como a doença afeta a vida das pessoas nas esferas pessoal, familiar, profissional e social. Para entender o que essas pessoas passam, nada melhor que dar-lhes a voz. Foi pensando nisso que o estudo My Migraine Voice foi elaborado. Mais de 11 mil pessoas com enxaqueca foram entrevistadas em 31 países, e o Brasil foi o segundo com maior número adesão, com 851 participantes.
Vamos aos resultados:
Quando questionados sobre qualidade de vida, 56% dos entrevistados disseram não se sentir compreendidos quando tem uma crise de enxaqueca; 42% se sentem deprimidos e 30% referem odiar a própria vida quando a crise de enxaqueca é intensa; um terço das pessoas sente que a doença guia suas vidas.
O impacto na vida privada assusta: 56% dos entrevistados relatam interferência da enxaqueca na vida sexual; metade perde eventos familiares por crises e 44% evita fazer compromissos. Quando sai de casa, um terço das pessoas tem que voltar mais cedo do que gostaria, por causa da dor.
Mais de 70% dos entrevistados relatou que a enxaqueca interfere em suas atividades diárias e compromete a capacidade de pensar claramente com frequência moderada, alta ou sempre.
Os relatos observados no estudo mostram como a dor e os outros sintomas desencadeados pelas crises de enxaqueca acabam afetando toda a dinâmica de vida pessoal. Mães e pais percebem como a condição afeta a relação com seus filhos. O casal sofre com a doença. A carreira pode ser comprometida. A vida social frequentemente é afetada.
É por esse conjunto de circunstancias que a enxaqueca é uma importante causa de incapacidade. Por isso, é fundamental estar alerta, identificar precocemente os sintomas da doença e procurar ajuda com um médico.
Informação é fundamental para o melhor resultado do tratamento.