A enxaqueca é uma condição muito comum em todas as sociedades e acompanha a humanidade há milênios. Encontramos registros no Egito antigo, na Grécia com Hippocrates e no Oriente Médio. Muito mais que uma dor de cabeça, a enxaqueca é uma condição crônica, que é caracterizada por herança familiar, e se desenvolvem em crises recorrentes que são compreendidas por até 4 fases:
Mais comum nas mulheres, as crises têm frequência e duração variável entre as pessoas e para cada pessoa a depender do momento de vida.
Existem diversos fatores que podem ser um gatilho para o início de uma crise, e por vezes são confundidos com a causa da condição. Alguns exemplos comuns são: privação de sono, menstruação, excesso de estresse emocional, bebida alcoólica, alguns tipos de alimentos, uso excessivo de cafeína, entre outros. Existem diversas medidas para o tratamento da crise da enxaqueca, e quando o tratamento é realizado no início da crise a eficácia costuma ser muito maior. Quando os episódios se tornam recorrentes, ou quando são incapacitantes e não respondem bem ao tratamento agudo, deve ser iniciado um tratamento específico para evitar o acontecimento das crises. Esse tratamento é chamado de profilaxia. Vários medicamentos já foram estudados e mostraram grande benefício na redução das crises de enxaqueca. Entre eles encontramos alguns anti-hipertensivos, anti-epilépticos e anti-depressivos. Recentemente uma nova medicação específica para o tratamento de profilaxia da enxaqueca foi lançada nos Estados Unidos, e deve chegar ao Brasil nos próximos anos. Outra modalidade de tratamento com alta eficácia é a aplicação de toxina botulínica.
Todos os pacientes com enxaqueca devem receber orientações quanto aos fatores de risco para cronificação, que tornam os episódios cada vez mais comuns e dificultam muito a melhora com o tratamento. Os mais importantes são o estado emocional (sintomas de depressão ou ansiedade), o excesso de peso, as alterações do sono e o uso excessivo de analgésicos e cafeína. Por isso, o tratamento multidisciplinar é o que apresenta maior eficácia para pessoas com enxaqueca crônica. Com ajuda de profissionais como nutricionista, educador físico, fisioterapeuta, psicólogo e psiquiatra é possível reverter esse quadro que pode ser extremamente incapacitante.